Ah! Como eu queria voltar no tempo, aos meus dezoito anos. E conhece-la naquela época. Flertar-lhe, cantar uma canção dos BEATLES ao som do meu violão. Mesmo que desafinado, talvez te impressionasse...
Consigo imaginá-la vestida com as roupas da época. Uma bata florida, cabelos soltos e uma sandália de couro. Era a moda hippie. Eu, com calças agarradas ao corpo, camisa florida e uma sandália feita de pneu de carro, quase um exercício ao se mover, pelo peso. Mas se fazer o que? Era a moda.
Pegaria uma margarida recém-nascida no campo e colocaria em seus cabelos, transformando-te em uma pintura impressionista.
A juventude explodindo as nossas libidos, que em meio aos arroubos de paixão nos transformaria em um só corpo aos olhos de quem nos visse.
Eu te amaria muito, juraria amor eterno, faria promessas impossíveis. Mas viveria a plenitude do nosso amor.
Talvez um dia, você chegasse pra mim, com seus olhos lacrimejados e me confessasse suas suspeitas de uma gravidez inesperada. E eu em um misto de medo e alegria beijaria sua barriga, fazendo planos futuros.
Quanta coisa boa poderia ter acontecido em nossas vidas se tivéssemos nos conhecido em nossa juventude.
Mas o tempo passaria, como passou pra nós. Talvez, nossos caminhos tomassem rumos diferentes, talvez nossas prioridades e oportunidades não fossem as mesmas para ambos. Quem sabe o que poderia acontecer durante o percurso de nossas vidas.
Quem sabe, se eu estivesse como estou agora, sentado na varanda de casa, olhando a lua e relembrando que em uma noite como essa fizemos o amor mais maravilhoso de minha vida. E pensar que tudo poderia ter sido diferente se eu não tivesse te deixado partir.
E retiraria da carteira a foto já gasta pelo tempo, em que abraçados, com as mãos levantadas e os dedos em “ V “, demonstrávamos nossa vontade em mudar o mundo. Aquelas imagens estampadas na foto, seriam bem diferentes das que veríamos no presente, frente ao espelho.
E lembraria que aquele pedaço de felicidade me acompanhou por toda a vida, sem que eu tivesse deixado nenhuma das mulheres que te sucederam tomar conhecimento. E a cada ano, lembraria a data do seu aniversário.
Mas a vida não me deu esse presente. Só fui encontrar a minha outra metade tarde demais. E não pude viver esses momentos para ter a angustiante satisfação da recordação. Tenho a nítida certeza de que nossas almas se buscam a várias encarnações. Nesta, a vida nos pregou uma peça. Quem sabe na próxima possamos ser felizes.
Aramis
10/03/2006
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